Pelas derradeiras horas de Nava
por Matheus Vital de Oliveira Mendes *
´´A vida é um romance sem enredo.``
Pedro Nava
Sentado à calçada, Nava se envulta
Por nove travestis e seis prostitutas.
Sentado na calçada, Nava se sepulta
Com um calibre 32, apoiado na nuca,
Dirigindo-se ao seu venerável undiscovered country.
Sentado à calçada, Nava matutava
Talvez exasperado, ou passivo.
Sentado na calçada Nava recusava,
Qualquer convite venial de cópula.
- Mas poderia ser amor, senhor,
Emprestado por dinheiro?
- Mas é cópula, pois sou indelevelmente médico,
Recostado sobre alcunha de escritor.
Pedro Nava, sentado na calçada,
Na rua da Glória, perto de casa,
Despedia toda dor. E escrevia
Primeiras palavras de um novo enredo,
A ser escrito pelos manejantes
[De sua memória,
Que o enredo da vida não é nadinha nosso.
28/08/2012
---------------------------------------
* Matheus Vital de Oliveira Mendes nasceu em 1993 e estudou a maior parte da vida na Escola Municipal Cosette de Alencar, passando posteriormente ao Colégio Stella Matutina, ambos em Juiz de Fora. Hoje frequenta o Bacharelado em Interdisciplinar em Humanidades da UFJF. Em 2011 foi selecionado como um dos cinquenta autores a serem publicados pela edição do segundo concurso de poesia Amigos do Livro/ Flipoços, prêmio literário paralelo ao Festival Nacional do Livro de Poços de Caldas/MG. Contato: matheusvitalomendes@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário